segunda-feira, 8 de julho de 2013

Posicionamento do Gabinete do Vereador Lino Peres sobre as medidas aprovadas para contingenciamento de gastos na Câmara Municipal de Vereadores de Florianópolis

Para esclarecer questionamentos feitos pela população e também notas e matérias publicadas na imprensa sobre pontos relativos às alterações ocorridas na Câmara Municipal de Florianópolis (CMF) para contenção de custos da Casa, o Gabinete do vereador Lino Peres informa que:


- Houve aumento do número de vereadores, de 16 para 23, na atual legislatura, e dos salários em torno de 50% em 2011, por iniciativa da legislatura anterior da CMF. A medida, sem entrar no mérito de sua pertinência, aumentou o total das despesas da Casa, não atendendo assim a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem sido a referência legal do contingenciamento adotado;

- Devido ao aumento do número de vereadores e respectivos comissionados, alugou-se um novo prédio para transferir setores administrativos. Parte da área desocupada no prédio atual da CMF foi ocupada por novos gabinetes. Esta medida foi um dos fatores que levou ao aumento das despesas da Casa;

- Diante destas despesas extras, a Mesa Diretora consultou os vereadores sobre as medidas que pretendia adotar. O Gabinete do vereador Lino Peres, na referida reunião, manifestou-se de forma contrária em parte dos encaminhamentos adotados e apresentou alternativas que não foram debatidas.

As medidas que acabaram sendo aprovadas e adotadas foram:

# corte de 80% das gratificações dos funcionários da CMF;

# corte da comissão de assessoria da Mesa Diretora e da Presidência da CMF em 10%;

# corte das horas-extras dos funcionários que assessoram as sessões noturnas;

# rebaixamento da verba total de remuneração dos comissionados dos gabinetes dos vereadores em 12,5%;

# redução de todo o funcionamento da CMF (sessões, audiências públicas, reuniões das comissões, funcionamento dos gabinetes e de todas as atividades administrativas) para a tarde ou período vespertino;

# fechamento da CMF nos períodos matutinos e noturno;

# retorno para o prédio da CMF de parte dos setores administrativos que estavam no prédio alugado, dificultando a manutenção que são de atendimento ao público.


Com a CMF fechada durante a manhã e à noite, o funcionamento dos gabinetes foi prejudicado, assim como a realização de sessões noturnas e audiências públicas que, feitas à noite, permitiam a presença da população. A concentração de atividades à tarde prejudica a participação democrática da sociedade no acompanhamento do que a CMF discute e delibera. Este mandato teve posição crítica a estas medidas. Sugerimos que parte dos funcionários trabalhasse no período diurno e outra parte no período noturno, para não prejudicar o funcionamento noturno das sessões e audiências públicas.  A construção da proposta de contingenciamento poderia ter considerada, de uma forma técnica e política, outras possibilidades que evitassem o fechamento da Câmara durante a manhã e à noite, como as seguintes:

- Distribuição melhor do quadro funcional fixo da Casa, assim como dos comissionados que não são ligados aos Gabinetes, até para evitar desvio e acúmulo de funções em setores administrativos da CMF;

- Ampla consulta e debate com os servidores efetivos da Casa, que, além dos prejuízos que tiveram com as medidas adotadas, têm perdas salariais por acordos que não foram cumpridos na íntegra.


Nesse sentido, este gabinete, com apoio do vereador Tiago Silva, encaminhou uma série de propostas para o funcionamento da CMF, como a da escala de horários de tal forma que não prejudicasse a manutenção do horário noturno das sessões, pelo menos de forma parcial, considerando que a maioria da população que assiste às sessões é assalariada e trabalha no horário normal de expediente. Com  a transferência das sessões para o período vespertino, a dificuldade de participação da população compromete a observância às diretrizes de participação estabelecidas na Lei 10.257/01, Estatuto da Cidade.

Ao final da reunião com a Mesa Diretora, restou rejeitada a proposta dos vereadores acima mencionados, de também garantir as audiências públicas no horário noturno e finais de semana, ficando aberta essa possibilidade somente quando as populações interessadas encaminhassem solicitação.

Não se tem conhecimento de um estudo atualizado ou levantamento do quadro funcional de servidores da CMF para verificar as compatibilidades ou não de funções,  sobrecarga de trabalho em alguns cargos e melhor aproveitamento da função exercida em outros, para possível remanejamento dos funcionários, com a redução das horas extras. Também não se tem conhecimento de consulta aberta aos diretamente atingidos, que são os servidores da CMF, para que pudessem apresentar alternativas ao remanejamento funcional.

A Mesa Diretora da Casa demorou a tomar a iniciativa de contingenciamento, fazendo-o apenas no final de junho. No início de janeiro de 2013 já se sabia que as despesas da CMF aumentariam. Com base nessa possibilidade, este gabinete admitiu somente seis comissionados, não chegando aos 10, quadro máximo. O contingenciamento vigerá até dezembro e, somente a partir de 2014, será possível, como deveria ter sido feito agora, ampliar o debate e reestruturar melhor o quadro de funcionamento da Câmara Municipal de Florianópolis.

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