terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ato Manifesto mobiliza índios do Morro dos Cavalos




Teve início na quinta-feira, dia 08 de agosto - quando é celebrado o Dia Internacional da Causa Indígena - e seguiu até sábado, 10, o Ato Manifesto pela homologação da terra indígena Tekoa Itaty, pelo arquivamento dos Projetos de Emenda Constitucionais (PECs) 038, 237 e dos Projetos de Lei (PLs) 1610/96 e 227/12, e criação da associação estadual Nhemongueta. 


Os Guarani e apoiadores da causa aproveitara os três dias para criar um boletim informativo, intitulado Causa Indígena, também bloquearam o tráfego de veículos na rodovia BR-101, por duas vezes, com a duração de meia hora cada. Enquanto os motoristas aguardavam a liberação da pista, os índios aproveitaram para fazer a distribuição do boletim informativo esclarecer à população sobre a situação atual dos povos indígenas. A Polícia Rodoviária Federal acompanhou a segunda paralisação ocorrida na rodovia. Os índios realizaram ainda o ritual Xondaro, que significa preparação de guerreiros para a luta, no qual o vereador Lino também se integrou.

Demarcação das terras
Quanto aos PECs e aos PLs citados, a competência de demarcar as terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para o Senado e Congresso Nacional, prerrogativa do Poder Executivo, significa um retrocesso nos direitos constitucionais, causando insegurança jurídica, inclusive sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs). No caso da terra indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, está no processo final quanto ao cumprimento do artigo 231 da Constituição Federal (referente aos índios), faltando apenas a assinatura da presidente da República.
O Ato foi mais uma forma que os índios brasileiros encontraram de fazer valer os seus direitos à terra, à educação, à saúde e à segurança, entre tantos outros. Desde o início deste ano, os indígenas vêm fazendo diversas mobilizações, inclusive na capital federal, quando em abril ocuparam o Congresso Nacional e conhecerem de perto o preconceito e o medo dos representantes políticos em relação ao seu povo. Isso ficou evidente na falta de iniciativa dos parlamentares em denunciar crimes  atuais contra povos de todas as aldeias e contra o meio ambiente.
Neste ano de 2013 tivemos uma serie de mobilizações de indígenas e não indígenas e a nossa em Brasília no mês de abril culminou com a ocupação do Congresso Nacional, onde pudemos assistir o preconceito e o medo dos nossos parlamentares com relação à população (gente índia), para denunciar os crimes  atuais contra todos os povos e meio ambiente.
Os indígenas destaca ainda o descaso com os direitos elementares assegurados constitucionalmente aos seus povos com os tratados internacionais - o de São José, de Direitos Humanos, e o 169, da Organização Internacional do Trabalho; o consentimento da Portaria 303 da AGU (Advocacia Geral da União), que presume a revisão das terras homologadas, provocando insegurança jurídica ad eternum (para sempre) no caso das homologações agendadas; a cômoda tramitação da PEC 215, que libera o executivo da responsabilidade de demarcação das terras indígenas, tradicionais e de proteção ambiental permanente; a permissão da deterioração da Fundação Nacional do Índio (FUNAI); e o rompimento de processos demarcatórios e homologações em trâmite.

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